Hoje, a Bíblia é uma
reunião de 66 livros, escritos por mais de 40 autores, em épocas distintas, de
culturas diferentes e pertencentes a diversas clas- ses sociais. Profissionais
de várias áreas escreveram através de vários gê-neros literários.
Os materiais usados para a escrita da
Bíblia foram vários. Os dez mandamentos, por exemplo, segundo as Escrituras,
foram escritos por Deus em tábuas de pedra! Os textos sagrados, antes de serem
registrados em papéis impressos ou manuscritos, já foram registrados em argila.
Já foram registrados em papiro, que era
uma planta de brejo, cujo caule em forma de tubo, que aberta ao meio e
esmagada, poderia ser entrelaçada com outros caules abertos ao meio e deixada pra
secar, gerando tiras bem grandes para a escrita. Com madeiras na ponta para
enrolar a folha, esta planta era transformada em um rolo.
Até que o papiro foi substituído pelo
pergaminho, feito de pele de animais. Posteriormente, os rolos foram recortados,
sobrepostos e transformados em códice (ou caderno) de pergaminho, tipo os
livros que conhecemos. [4]
A Bíblia é composta de dois testamentos: Antigo e
Novo Testamentos. O Primeiro foi elaborado pela comunidade judaica e preservado
por mais de mil anos[5]
antes da era de Cristo[6].
O Segundo Testamento foi composto pelos discípulos de Jesus, por volta do
primeiro século d.C.
A palavra testamento traduz a ideia de
"aliança", de "pacto" ou "acordo" entre duas
partes. A Bíblia é dividida em dois contratos: o Antigo Testamento e o Novo
Testamento.
O Antigo Testamento é dividido em quatro blocos
literários: Pentateuco (cinco livros), Históricos (12 livros), Poéticos (cinco
livros) e Proféticos (17 livros). A seção de livros proféticos é subdividida
entre Profetas Maiores (cinco livros) e Profetas Menores (doze livros)[7].
O Pentateuco[8],
também conhecido como Torá ou Lei, é a coleção dos cinco primeiros livros da
Bíblia, que narram a origem da humanidade, a história dos patriarcas, a
escravidão e a saída do Egito, a revelação da Lei, a peregrinação no deserto, a
repetição da Lei e a morte de Moisés.
Os livros históricos, de Josué a Ester, contam a
história do povo de Israel, desde a posse da Terra Prometida até o retorno do
Cativeiro Babilônico.
Os livros poéticos, de Jó a Cantares, contém músicas,
provérbios e poesias, que apontam para a grandeza de Deus e para os dramas
humanos, transmitindo princípios divinos, através de ensinos práticos.
Os livros proféticos, de Isaías a Malaquias,
recontam a história de Israel, com denúncias, encorajamento, ameaças e promessas.
Os profetas eram mensageiros, vocacionados por Deus para manter o povo no rumo
certo.
O Novo Testamento é dividido em quatro blocos:
Evangelhos (quatro livros), História (um livro), Epístolas (21 livros) e Profecia.
A seção de epístolas é subdividida entre Epístolas Paulinas (13 livros) e
Epístolas Gerais (oito livros).
Os evangelhos são relatos de parte da vida e obra
de Jesus, incluindo sua morte e ressurreição, no tocante à história da Salvação
da humanidade. Quatro autores diferentes, em momentos diferentes, com
perspectivas e leitores diferentes.
Atos é um livro de história, que narra a
trajetória dos primeiros cristãos, das primeiras igrejas do primeiro século, do
ministério do apóstolo Pedro junto aos judeus e das viagens missionárias do
apóstolo Paulo, com ênfase nos gentios.
As epístolas são correspondências enviadas às
igrejas, a fim de orientá-las, com palavras de encorajamento e de instrução
para a vida e para o ministério dos obreiros das igrejas.
Apocalipse é um livro profético, que contém
revelações a respeito de acontecimentos passados, presentes e futuros da igreja
de Deus no mundo. Com denúncias, repreensões, ameaças, elogios e promessas.
Norman Geisler faz uma análise desta divisão das
Escrituras, em oito partes, por tópicos, sob o aspecto de seu tema maior —
Jesus Cristo. A. T.: Lei (Fundamento da Chegada de Cristo), História
(Preparação para a Chegada de Cristo), Poesia (Anelo pela Chegada de Cristo),
Profecia (Cer-teza da Chegada de Cristo). Novo Testamento. Evangelhos
(Manifestação de Cristo), Atos (Propagação de Cristo), Epístolas (Interpretação
e Aplicação de Cristo), Apocalipse (Consumação em Cristo).
A Bíblia foi dividida em capítulos por Stephen
Langton, professor da Universidade de Paris e mais tarde arcebispo da
Cantuária, no ano de 1227.
E Robert Stephanus, impressor parisiense,
acrescentou à divisão em capítulos, a divisão em versículos em 1551.
Na mesma época, estudiosos judeus desde aquele
período, adotaram essa divisão de capítulos e versículos para o Antigo
Testamento.[9]
[1]Biblos era o nome da entrecasca do
papiro. Para mais informações, cf.: AKIL, Teresa. O que é Bíblia? Rio de Janeiro: MK Editora, 2005, p. 19.
[2]
GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou
Até Nós. São Paulo: Vida,
1997. p. 5.
[3] A palavra Bíblia deriva da língua grega: tá
bíblia – plural neutro de biblos (livro).
Ou seja, a Bíblia é um conjunto de livros, uma biblioteca. (cf.: FERNANDES, Leonardo Agostini. A Bíblia e a sua Mensagem: introdução à
leitura e ao estudo da Bíblia. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo:
Reflexão, 2010. pp. 16,17).
[4] MANNUCCI, Valério. Bíblia, palavra de Deus: curso de
introdução à Sagrada Escritura. São Paulo: Ed. Paulinas, 1985. pp. 108,109.
[5] É bom
informar que o Antigo Testamento foi escrito em etapas e que ainda não estava
completo 1000 anos antes de Cristo. Neste período, estava sendo preservado, já
que a parte final do Antigo Testamento tem só alguns séculos de composição.
[6] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou Até Nós. São Paulo: Vida, 1997. p. 5.
[7] São chamados profetas maiores e
menores pelo volume da obra e não pela importância do profeta. (cf.: NESCHLING, Douglas. Guia fácil para entender a Bíblia. Rio
de Janeiro: Editora Central Gospel, 2004. p. 185).
[8] Pentateuco é uma palavra oriunda
do nome “pentateuchus ‘(o livro
guardado) em cinco vasos’” e que remonta a um “costume antigo de transcrever
textos mais extensos não em forma de livro, mas em rolos de papiro ou couro e
guardar estes em recipientes especiais”. (cf.: SCHIMIDT, Werner H. Introdução ao
Antigo Testamento, p. 46).
[9] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou
Até Nós. São Paulo: Vida, 1997.
p. 9.
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