Sugestões à Comissão para Revisão da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira

Ao Ilustríssimo Relator,

Saudações Cristãs!

Conforme nossa conversa por aplicativo, segue um texto contendo modestas sugestões para tão digna comissão, composta por grandes mentes pensantes do saber teológico batista atual.

Antes da nossa humilde contribuição, preciso destacar o quanto esta douta comissão honra o povo batista brasileiro ao consultá-lo para esta revisão tão importante. Uma iniciativa inédita na história dos batistas, desde o século XVII, que se faz deveras relevante, considerando que a última redação foi aprovada na década de 80 e que de lá até aqui, o Brasil batista lidou com muitas mudanças provocadas pelo cenário nacional e mundial, que exigem uma Declaração Doutrinária que nos dê suporte doutrinário-teológico, frente aos desafios de um novo tempo.

Seguem abaixo algumas sugestões oriundas de um debate no grupo de WhatsApp denominado Teologia Batista CBB, conforme lhe informei, e outras exclusivamente minhas, para a apreciação dos nobres irmãos, a respeito de Escrituras Sagradas, Deus, Igreja e Ministério da Palavra:

Escrituras Sagradas

Eis a sugestão para a Comissão de Revisão: "A respeito do primeiro artigo da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, no item 7, onde se diz que a Bíblia é autoridade única em matéria de religião, diga-se também que “a Bíblia é autoridade única em matéria de religião E ESPIRITUALIDADE, MAS NÃO DE CIÊNCIA, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos homens”.

Deus

A sugestão para o segundo artigo, no item quatro do primeiro tópico (DEUS PAI) é a seguinte: em vez de “Aqueles que aceitam a Jesus Cristo e nele creem são feitos filhos de Deus...”, substituir por: “Todos aqueles que professam Jesus Cristo como seu Salvador e nele creem são feitos filhos de Deus...”. A sugestão para o segundo artigo, no item três do segundo tópico (DEUS FILHO), onde reza “e nascido da Virgem Maria, sendo, em sua pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, diga-se que “E nascido de uma MULHER chamada MARIA, virgem, que fora escolhida para essa tão nobre missão, sendo, na pessoa de JESUS, verdadeiro Deus e verdadeiro homem".

Igreja

O VIII artigo, no primeiro item, recebe a seguinte sugestão: em vez de rezar que “Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé”, que reze: “A Igreja DEVE ser uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após pública profissão de fé”.

O item três, do oitavo artigo, afirma que a igreja batista é democrática e neotestamentária, mantendo Mateus 18.15-17 como fundamentação. Em vez de sugestão, pergunto: Mateus 18.15-17 é base bíblica sólida para defender que o governo eclesiástico neotestamentário é democrático?

A sugestão para o oitavo artigo, no item quatro é a seguinte: onde se diz que “Há nas igrejas, segundo as Escrituras, duas espécies de oficiais: pastores e diáconos.”, acrescente-se que “O termo PASTOR é intercambiável com outros dois: presbítero e bispo. Em vez de estes três termos descreverem três categorias distintas de oficiais, os títulos expressam ideias bíblicas e funções do ministério pastoral, tais como conselheiro, supervisor e cuidador”. E o termo diácono é uma transliteração de uma palavra grega que apresenta este oficial como alguém revestido de humildade. Caso essa palavra fosse traduzida, o termo diácono poderia ser substituído por outros como criado, servente, servo e atendente, que executa ordens, enquanto ministro”.

Ministério da Palavra

Substituir, nos itens dois e três do artigo XI, o termo “homens” por PESSOAS e o termo “homem” por PESSOA, no item seis.

A sugestão para o décimo primeiro artigo, no item oito é a seguinte: onde se diz que “O ministro da Palavra deve dedicar-se totalmente à obra para a qual foi chamado, dependendo em tudo do próprio Deus.”, diga-se: “O ministro da Palavra deve dedicar-se totalmente à obra para a qual foi chamado, DESDE QUE NÃO PREJUDIQUE O SUSTENTO DIGNO DA SUA FAMÍLIA, dependendo em tudo do próprio Deus”.

Ainda no décimo primeiro artigo, no item nove, onde se diz que “O pregador do Evangelho deve viver do Evangelho.”, diga-se “O pregador do Evangelho deve viver do Evangelho, O QUE NÃO O IMPEDE DE SER UM FAZEDOR DE TENDAS, ASSIM COMO PAULO, EM ALGUMAS CIRCUNSTÂNCIAS”.

Eis minha última sugestão para o décimo primeiro artigo: no item 10, onde se diz que “Às igrejas cabe a responsabilidade de cuidar e sustentar adequada e dignamente seus pastores.”, acrescente-se: “POIS, O MINISTRO DA PALAVRA NÃO TRABALHA PARA RECEBER SALÁRIO, MAS APENAS RECEBE SUSTENTO PARA PODER SERVIR À IGREJA COM O MÍNIMO DE IMPEDIMENTOS POSSÍVEL”.

Antes de encerrar, agradeço à distinta Comissão pela oportunidade dada a mim e ao grupo que represento, a fim de que contribuamos para Revis

ão da Declaração Doutrinária da nossa querida Convenção Batista Brasileira.

Que Deus prospere o trabalho dos irmãos!

Em Cristo,

Roberlan Julião