A lista das obras da carne contém três
pecados sexuais: prostituição, impureza e lascívia. Vamos tratar neste momento
do pecado de prostituição ou imoralidade.[1]
A palavra grega porneia, também traduzida por imoralidade
(sexual), pode se referir a todo relacionamento sexual ilícito.[2]
No contexto greco-romano dos dias de Paulo, era comum usar o termo tanto em
casos de prostituição como em casos de “adultério, fornicação, masturbação,
incesto ou homossexualismo[3]”.
A palavra grega que é traduzida por “relação
sexual ilícita” e que aqui consta como prostituição, pode ser aplicada tanto no
caso de adultério (casados) quanto de fornicação (solteiros), podendo ser
traduzida também por prostituição e qualquer outro tipo de relação sexual
ilícita e imoral.
Enquanto a palavra grega porneia significa prostituição, a palavra grega porne significa prostituta. Talvez estas
duas palavras estejam relacionadas a pernumi,
que significa vender. Logo, porneia seria um amor comprado e
vendido. Ou seja, não é amor! Na Grécia, esta imoralidade era praticada sem
nenhum constrangimento. Porque, para os gregos, era muito comum buscar e ter
prazer com amantes, tanto do mesmo sexo quanto do sexo oposto. Este era o contexto
de Gálatas 5.19![4]
Diante dessa questão de imoralidade sexual,
eu e você precisamos estar atentos quanto até que ponto a nossa relação sexual
é uma relação sexual lícita ou é uma relação sexual ilícita. Como lidamos com
os nossos maus desejos sexuais, desde o pensamento à prática? Se você não é
cristão, talvez ache que eu estou exagerando em alguma coisa. Mas, se você é
cristão, é importante que você pense nisso!
Não se recusem um ao outro, exceto por
mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois,
unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio. (1 Coríntios 7.5).
Caso seja casado, muita coisa pode contribuir
para que você não tenha uma relação sexual lícita. Talvez, o seu marido ou sua
esposa não corresponda sexualmente a você, que de certa forma, pode ser muito
tentado (a), diante de uma cantada, de um flerte, de uma paquera... E você vai
ficar muito mais frágil para resistir às tentações. Afinal, precisamos nos
conscientizar de que a pessoa desejada não é um objeto!
Sabemos que isso pode acontecer. Mas,
independentemente de sua esposa ou de seu marido merecer a sua fidelidade, se
você tem um compromisso com Deus, lute para honrar esse compromisso! Não trate
as pessoas como coisa. Seja o melhor marido ou a melhor esposa que você puder
ser para a glória de Deus! Amém?
No que se refere a uma questão de fornicação
ou de uma relação sexual sem compromisso (1 Coríntios 5.1), é claro que, se
você está namorando essa moça ou está namorando esse rapaz, você gosta dele,
você gosta dela, os hormônios estão lá no alto. E, de repente pode esquentar o
clima e, biologicamente a situação pode levar o casal a se abrasarem sem se
casar. “... mas, por causa
da imoralidade, cada um deve ter sua esposa, e cada mulher o seu próprio
marido.[...] Mas, se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor
casar-se do que ficar ardendo de desejo. (1 Coríntios 7.2,9).
Muitos solteiros acham que se abrasarem (sexo
sem casamento) não prejudica, já que estão como noivos ou com data de casamento
marcada. Outros acreditam que é muito mais difícil se guardar sexualmente
porque estão privados de relações sexuais e que quando se casarem vai ser mais
fácil vencer as tentações, porque manterão relações sexuais com frequência. Entretanto,
ingenuamente, estes solteiros ignoram que os superdesejos[5]
da carne sempre serão provocados. Afinal, manter relações sexuais ilícitas é
uma tentação tanto a solteiros quanto a casados.
Diante disso, pergunto: se você não consegue
reunir forças para ser firme numa decisão porque está sem fazer sexo, como vai
ter forças para ser firme quando estiver habituado? A questão do pecado reside
em quebrar o compromisso com Deus, seja casado, seja solteiro. Ou seja, o
caminho é se preparar espiritualmente para dizer não aos seus apetites,
mantendo o foco no propósito de Deus.
Veja que a questão é muito mais do que
transar ou não transar. Tem a ver com uma reflexão a respeito da sua união com
uma pessoa, com quem você pretende viver, envelhecer e se comprometer, a ponto
de só fazer sexo com uma aliança no dedo, com um compromisso de passarem juntos
o período da TPM, das alterações de humor, da adversidade, do desemprego, da
dificuldade financeira, do luto...
Por isso, quando você pensar em relação sexual
lícita ou ilícita, precisa refletir acerca do seu relacionamento com Deus,
consigo mesmo e com a outra pessoa, que não pode ser tratada como um mero
objeto para o seu prazer egoísta.
[1] Gr. Porneia.
[2] GINGRICH, Wilbur F. Léxico do Novo Testamento Grego/Português.
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2001. p. 172.
[3] LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos,
2017. pp. 242,243.
[4]
Ibidem.
[5]
KELLER, Timothy. Gálatas para você. Vida Nova, 2015. p.
156.
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