ROMANOS 3

Farinha do Mesmo Saco!

Paulo, a partir da crítica aos gentios e aos judeus apresenta a vantagem de ser judeu, apesar da incapacidade dos judeus para agradar a Deus por seus próprios méritos. Apesar das limitações, os judeus são portadores da Revelação Escrita (vv. 1,2). Paulo, também de destaca que a infidelidade de Israel não anula  as promessas divinas (vv. 3,4). Entretanto, esclarece que, mesmo que nossa injustiça contribua para manifestação da justiça divina, isso não significa que Deus seja injusto ao nos punir. Pois, não fazemos o mal a fim de glorificar a Deus, através da nossa injustiça, e ele sabe disso (vv. 5-8)!

Fica, então a dúvida se os judeus são melhores do que os gentios, pelo fato de possuírem a vantagem de terem recebido a Revelação. Talvez os leitores pudessem pensar que os judeus fossem melhores do que os gentios e tivessem menos culpa por causa disso. Para tanto, Paulo se fundamenta no Antigo Testamento para provar que todos (judeus e gentios) são culpados, porque estão debaixo do pecado e, por isso, TODOS estão sujeitos ao julgamento (vv. 9,10).

Segundo o fundamento dos textos do Antigo Testamento, Romanos diz que as pessoas são escravas do pecado por decisão própria, demonstrando que, embora haja a tendência para o pecado, também há (principalmente!) a decisão de querer (ou não!) permanecer escravo do pecado. Caso contrário não haveria julgamento! Como julgar alguém que foi fabricado para o mal? Há corrupção no pensamento, nas palavras e nas ações, tanto para quem conhece quanto para quem não conhece a Revelação. Afinal, até as coisas boas (religiosas ou não) que fazemos estão infectadas pelo pecado, pela desumanização. Por isso, aos olhos divinos, ninguém é perfeito! (vv. 11-20).

Se nós (judeus ou gentios - pessoas) não temos como satisfazer a justiça de Deus pelos nossos méritos, seja fazendo coisas boas (lei da consciência), seja cumprindo a religião (lei mosaica), não temos como ser declarados justos por nós mesmos, a fim de conquistarmos a salvação. Fato! O que nos resta, então? Enquanto o cumprimento de rituais e a memorização de dogmas fazem de nós conhecedores de doutrinas e religiosos admiráveis (nada mais!), faz de nós, também, pessoas cheias de crises e frustrações, pelo fato de sabermos que ainda estamos pecando (apesar de religiosos) e que não somos o que gostaríamos de ser. O que fazer? 

Reconhecer que somos culpados pelo mal que preferimos, diante de um Deus santo! Admitir a incapacidade de nos justificarmos diante de Deus e confiar no que Cristo fez para satisfazer a justiça divina em nosso lugar. Receber este presente no coração, sem precisar confiar nas práticas religiosas para isso, crendo que somente Jesus garante justificação, SEM DISTINÇÃO, a todo o que decidir confiar nele, já que todos precisam desta justificação. 

Todos os escravos (mesmo sem ter como pagar!) precisam ser alforriados, resgatados. Chamamos isso de graça, de favor, que não merecemos, mas precisamos! Assim sendo, um Deus justo e santo declara justos, os pecadores (maus, por natureza!) que aceitarem ser justificados por um alto preço, pago pelo Ser Humano perfeito, por seres humanos imperfeitos (que viveram imperfeitamente) para um Deus perfeito! (vv. 19-26).

Confiar que Jesus é poderoso para nos justificar diante de Deus é o meio que nos salva. Não há em nós motivos para vanglória em nós mesmos. Nenhum de nós merece nada diante de Deus! Mas, crendo no que Jesus fez pela humanidade, temos nossa ficha limpa (passado) e somos vistos como justos diante de Deus (presente) mediante o que Cristo fez por nós. (vv. 27-30). 

A lei não foi desacreditada por causa da graça. Ela serviu (como vimos neste capítulo) para mostrar ao ser humano que o padrão de Deus é a perfeição e que a humanidade não satisfaz o padrão divino. A graça é a demonstração da bondade divina de pagar a dívida de homens e mulheres, que precisam apenas aceitar o pagamento feito pelo sacrifício substitutivo que desvia a ira de Deus contra nós. Embora a lei não salve, ela demonstra claramente que precisamos de salvação! (v. 31). 

Em suma, ninguém é melhor do que ninguém. Com ou sem dinheiro! Ninguém é perfeito, seja fazendo o bem, seja fazendo o mal! Todos ofenderam a Deus e todos ficaram longe dele, com ou sem religião. Cristo pagou a dívida de todos. E quem reconhece tal miséria, tem a dívida paga! (vv. 1-31).

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