Quem conhece
as Escrituras, ouve sermões e canta louvores, quando toma uma decisão insensata,
de modo sabido, que vai prejudicar a sua própria vida, a vida da sua família, a
vida da sua igreja e a vida de pessoas que ainda não se converteram, pratica o
que poderia ser chamado de burrice espiritual. Não acredito que um cristão
autêntico faça isso simplesmente por mero prazer. Provavelmente, o faz por
falta de força. Mas, ainda assim, acaba sendo uma estupidez porque tal pessoa sabe
que está fazendo contra si mesma.
Ainda bem que a Bíblia nos dá muitas dicas
para que vençamos essas inclinações, dando a volta por cima. Não estou dizendo
que será uma caminhada de perfeição. Mas, de autodesenvolvimento! Talvez, nós
até tropecemos nalgumas dessas práticas ou atitudes. Entretanto, não vamos nos conformar
e nem vamos nos acomodar. A cada tombo, vamos nos levantar, limpar os joelhos e
retomar a jornada. Essa é a proposta!
Falamos,
anteriormente, sobre pecados sexuais, pecados religiosos e pecados sociais. Agora
falaremos sobre pecados pessoais. Este último grupo de pecados da lista do
apóstolo, em Gálatas 5.19-21, descreve pecados relacionados ao descontrole
pessoal e a falta de disciplina ou de cuidado com a própria saúde física.
Os dois
elementos deste grupo são os pecados de bebedices e glutonarias. “Esses dois últimos pecados tem a ver com a
intemperança ou o abuso e a falta de domínio próprio na área da comida e bebida”.[1]
Nos dias de Paulo tais práticas eram comuns, tanto entre gregos quanto entre
romanos, em suas diversões. Além de fazer parte do cotidiano greco-romano,
estas práticas pecaminosas eram validadas pelas várias formas de culto pagão.[2]
Em sua
busca insaciável pelo prazer, os pagãos do mundo helênico se entregavam aos
desejos mais básicos, por meio das bebedeiras e das orgias, em noites plenas de
sexo, bebida e comida sem nenhuma moderação, mergulhados em devassidão.[3] Vale ressaltar que, viver
nessas práticas pode significar para quem as pratica uma ilusão de
superioridade em relação a quem não tem condições de viver da mesma forma,
revelando “um afastamento de Deus e
desprezo às pessoas”.[4]
Sem
hipocrisia e nem falso moralismo, a sugestão deste modesto texto é que tanto eu
quanto você possamos estar atentos a estes dois elementos no cuidado da nossa
própria vida. Geralmente, os cristãos evangélicos se preocupam em evitar
bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, mais por moralidade do que por saúde. Talvez
por causa disso, precisemos vigiar bastante a respeito a estas duas obras da
carne que estão relacionadas ao abuso de substâncias. Bebedices e glutonarias
são palavras que se referem ao “vício em
substâncias e comportamentos que criam o prazer”.[5]
[1] LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos,
2017. p. 246.
[2] GUTHRIE, Donald. Gálatas: introdução e
comentário. Trad. Gordon Chown. 1. ed. São Paulo: Vida Nova,
2014, p. 176.
[3] NICODEMUS,
Augustus. Livres em Cristo: A mensagem
de Gálatas para a igreja de hoje. Vida Nova, 2016. p. 253.
[4] POHL,
Adolf. Carta aos Gálatas: comentário esperança. Trad.
Werner Fuchs. 1. ed. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1999, p. 186.
[5] KELLER, Timothy. Gálatas para você. Vida Nova, 2015. p. 157.
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