Quebrantados ou Resistentes?
E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma! (Romanos 9.14).
Paulo esclarece a eleição dos verdadeiros israelitas, explicada com as
narrativas de Isaque e Ismael e de Jacó e Esaú, finalizando com a defesa da
justiça divina (v.14), discorrendo a respeito da misericórdia divina em poupar
faraó, seja pela interrupção das pragas, seja por não destruí-lo a cada
resistência dele (v.15). Pelo menos, o texto não contraria que faraó provou,
mesmo sem crer, da misericórdia divina. Para mais, confira Êxodo 7.13-10.27.
Em vez de o texto dizer que não adianta fazer nada para ser salvo, o
texto diz que a misericórdia divina não depende do mérito humano, como foi no
caso de faraó. O assunto retratado no versículo 16 não está falando de
condenação eterna, arbitrária, por um Deus caprichoso e autoritário que
fabricou o ser humano para rejeitar a salvação e ir para o inferno porque Deus
desejou sua perdição, ao criá-lo para ser um perdido. Faraó não merecia a
misericórdia divina, mas Deus foi misericordioso com ele, ao contrário do que
ocorre no atletismo, em que a vitória é do corredor que corre e vence a
corrida, pelos próprios méritos.
Quanto ao versículo 17 (ver Êxodo 9.16), Deus fez uso da situação de
faraó para que este e outros vissem o poder divino e a misericórdia divina, que
concede muitas chances para que pecadores se arrependam, mesmo que optem por
não se arrepender. Deus poderia tê-lo destruído logo, mas foi lhe concedendo
muitas chances para retroceder (o que faraó não fez!).
Deus não levantou faraó para destruí-lo, mas para ser glorificado nele,
quer pelo arrependimento, quer pela rejeição. Faraó preferiu rejeitar a fé e
ser humilhado em vez de receber a fé e mostrar o poder de Deus em seu
quebrantamento. Logo, em vez ser escolhido para o inferno, faraó foi escolhido
para mostrar o poder divino, pelo quebrantamento ou pela humilhação.
Assim como Deus sabia o que aconteceria com Jacó, Esaú, Isaque, Ismael,
Deus também sabia o que aconteceria com faraó e não ocultou isso a Moisés
(Êxodo 3.19), por isso, no verso 18 de Romanos 9 fica evidente que a ação
divina, embora a mesma, atua como o mesmo sol que amolece a cera e enrijece o
barro ou como o sol que evapora (seca) a água, mas liquidifica (derrete) o
gelo. É o mesmo sol, mas a atuação é diferente, dependendo da reação do seu
alvo.
Quem é você? Resistente ou quebrantado?
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