Sabemos que Deus amou tanto este mundo a ponto de se tornar um de nós para pagar a nossa dívida morrendo como um criminoso, na Pessoa de Jesus, a fim de nos elevarmos à estatura de filhos de Deus, que vivem uma nova vida, na contramão do mundo. Quando a Bíblia diz que Deus amou o mundo, está dizendo que Deus ama as pessoas. Mas, quando ela diz para não amarmos o mundo, está exigindo de nós uma insurgência, uma rebelião contra um sistema político ou geopolítico influenciado pelo diabo em oposição ao propósito de Deus para a humanidade.
Parafraseando Renato Russo, “vivemos num mundo doente”.
E este mundo apodrecido pelo pecado é a fusão de pessoas que Deus ama, com o
planeta que Deus criou, governados por regras de convivência estabelecidas por
gente poderosa e má, influenciada por demônios, que governa o nosso povo como
quem cria gados para o abate, que julga contra o interesse do pobre e do
necessitado, que legaliza os nossos maus desejos através de leis injustas, que
provoca nossos instintos por meio das artes, transformando-nos em meros animais
falantes, que recorrem às ciências em busca de justificativas para a prática do
mal, como a matança de bebês, no ventre materno, gerados por pais inconsequentes,
que não querem ser responsabilizados pelos seus atos.
Por isso, a igreja tem uma complexa missão. Existimos
para falar do Deus vivo a todas as pessoas,
ajudando-as a fazer parte da igreja viva de Cristo e a prosseguir no caminho da
Vida Eterna, para que, juntos, adoremos a Deus e sejamos bênçãos onde quer que
estejamos. Contudo, estas pessoas que Deus ama vivem numa época, com um modo de
pensar, de sentir e de agir. A este período histórico, chamamos de
pós-modernidade.
Além das diferenças pessoais, existem as diferenças geracionais. O termo geração se refere ao grupo de pessoas que nasceram e viveram mais ou menos na mesma época. Tais como a Geração Silenciosa: dos nascidos entre 1925 e 1945; a Geração Baby Boomers: dos nascidos entre 1946 e 1964; a Geração X: dos nascidos entre 1965 e 1980; a Geração Y ou Millennials: dos nascidos entre 1981 e 1996; a Geração Z: dos nascidos entre 1997 e 2010; e a Geração Alfa: dos nascidos a partir de 2010.
Na igreja local, podemos observar a diversidade de gerações convivendo
juntas. Além dos membros que souberam pelo rádio que o aparelho televisor fora
inventado e dos membros que viram o surgimento da televisão no Brasil, temos os
que cresceram com a rádio vitrola e a máquina de datilografia, ao lado daqueles
que estão mais familiarizados com o DVD e o computador. Eles compartilham o
espaço com quem conheceu a internet e o MP3, mas não teve experiência com o
disco de vinil, e que precisa se comunicar com a
geração mais acostumada com as redes sociais, mas que não conheceu o Orkut.
Estas gerações coexistem e precisam lidar, simultaneamente, com mudanças de tecnologias, linguagens, comportamentos, valores e interpretação da realidade. Isso, porém, não ocorre por acaso. Durante décadas, até os crentes sofreram um processo social, chamado enculturação, por meio do qual uma nova cultura foi introduzida nas nossas mentes. Muitos crentes, hoje em dia, são favoráveis ao aborto e contrários à família tradicional. São antipáticos à figuras de autoridade e defendem o sexo antes do casamento. Há trinta anos nenhum evangélico acreditaria que nós seríamos assim hoje em dia.
Enquanto a geração silenciosa (1925-1945) e a geração baby boomers (1946-1964) tendem a ter uma perspectiva mais conservadora, a maioria da geração X (nascidos até 1980) compartilha algumas semelhanças com os cristãos mais antigos. Por outro lado, uma parcela significativa da geração Y (nascidos até 1996) também mantém algumas visões tradicionais. No entanto, grande parte da geração Z (nascidos a partir de 1996) e a maioria da geração Alfa (nascidos a partir de 2010) estão buscando conciliar a sua fé cristã com influências externas, como o ensino secular, mídia, expressões artísticas e discussões nas redes sociais.
As gerações mais antigas (silenciosa e boomers) são muito resistentes a mudanças, as gerações intermediárias (X e Y) acabam mudando por acomodação e as novas gerações (Z e Alfa) mudam por assimilação. Ou seja, os mais velhos não se importam se o mundo mudou. Eles não vão mudar! Os adultos se ajustam para não perderem seus empregos, não sofrerem represálias, não serem presos, e para evitar quaisquer outros problemas, mesmo que discordem das mudanças que surgem. No caso dos jovens, dos adolescentes e das crianças, as mudanças são internas, inconscientes e involuntárias, decorrentes da interação com o ambiente social e com as mídias impressas, televisivas sociais e digitais.
Independentemente de qual seja a sua geração, você tem uma batalha a travar, a fim de não se amoldar ao padrão deste mundo ou deste tempo, conhecido como pós-modernidade, marcado por uma mudança de mentalidade que começa na filosofia, reflete-se nas artes, depois na música e, chega ao homem comum, na forma de cultura popular, influenciando, consequentemente, a teologia cristã, ou seja, a compreensão cristã de Deus e do seu relacionamento com o universo.
Bem-vindo
à pós-modernidade! Este é um período histórico caracterizado por mudanças culturais
e tecnológicas significativas, bem como uma mentalidade que desafia afirmações
tradicionais em relação à verdade, à identidade e à fé. A consciência
pós-moderna reflete as últimas tendências, inovações e ideologias do momento.
Essa mentalidade é fundamentada nos fenômenos da pluralização, da privatização
e da secularização.
O fenômeno da
pluralização indica que temos uma enorme quantidade de opções para um mesmo
produto. Há opções para tudo. Tudo é escolha. Passamos a viver numa sociedade-supermercado.
Na qual não escolhemos mais por dever, baseados em princípios. Começamos a
escolher por prazer. Com o fenômeno da privatização, já que não
estamos mais presos a um elemento regulador e integrador das consciências, como
a família, nosso lema é “cada um na sua” e “ninguém tem nada a ver com isso”.
Passamos a viver uma cristalização da importância do privado. As práticas religiosas foram
separadas pelo fenômeno da secularização das outras práticas da vida. As
pessoas não aceitam mais os conselhos da igreja, agora restritos aos momentos e
aos ambientes de culto. O indivíduo pode ser um religioso dedicado em sua
igreja e um pilantra nos negócios, sem se sentir culpado por isso.
Nesta sociedade-mercado, com gerações em conflito e indivíduos que são escravos de si mesmos, uma religião com identidade não prosperará sociologicamente, por isso, a religiosidade moderna, se quiser prevalecer sob as bençãos desta nova mentalidade, precisa ser um tipo de salada de frutas, num self-service teológico ao nosso gosto. Ou uma nova sociedade, formada por uma nova humanidade, recriada em Cristo Jesus vai se dispor a levar sua geração a Jesus e se indispor com este mundo que jaz no maligno, como quatro amigos de um paralítico, que o ajudaram a receber a solução que só Jesus poderia lhe oferecer. Nossa geração, assim como o paralítico de Cafarnaum, tem problemas que não podemos resolver. Mas que Jesus pode! Nosso papel é apenas levar as pessoas com quem convivemos e com quem nos relacionamos até Jesus.
Lucas (5.17-26) está narrando para seus
leitores como é possível levar uma pessoa para Jesus, mesmo em situações
adversas. Não foi fácil. Mais houve insistência! A multidão não abriu espaço,
assim como a sociedade brasileira, com a interferência do Estado e a influência
da mídia, dificulta que as pessoas cheguem a Cristo. Precisa haver coragem,
determinação e criatividade, para apresentar nossa geração debilitada a Jesus.
Imagine a cena: quatro amigos caminhando, com
passos sincronizados, resistência física e pressa para chegar até Jesus, antes
que ele fosse embora, sem se importar com as dificuldades e mantendo o foco na
recompensa que vem do Senhor. Resultado: o amigo salvo e curado! Qual tem sido
a nossa posição diante do caos social em que se encontra a nossa geração? O
mundo que Deus ama tem sede e a igreja pode lhe oferecer a Água da vida. A sua
geração pode contar com você assim como aquele paralítico pode contar com a fé
e a determinação daqueles seus quatro amigos?
Neste mundo tenebroso, existimos para Alcançar,
Acolher, Acompanhar e Ajudar pessoas, desejando que sejam salvas por
Jesus, recebidas e discipuladas por nós, a fim de que, juntos, cuidemos de
outras pessoas e agrademos a Deus, no poder do Espírito. Tomemos aqueles quatro
amigos do paralítico como referência de que tipo de crente devemos ser e que
tipo de obra temos que praticar para marcar este tempo e levar nossa geração a
Jesus, apesar da oposição que a fé cristã sofre de várias formas no mundo.
Enquanto meditamos no texto bíblico a ser exposto e sobre os pecados aqui
denunciados, questione-se a respeito do seu compromisso com a salvação e a
restauração das pessoas com quem você convive. Quem é você neste sermão? O que
atrapalha quem está ajudando? O crítico de plantão? Aquele que precisa de
transformação? Ou quem se dispõe a ajudar?
Os companheiros do paralítico tinham um compromisso firmado: levar seu amigo a Jesus. Façamos algo útil! Não podemos ser encostados. Nem na família, nem na igreja, nem no trabalho, nem na sociedade... Por isso, não sejamos nem folgados nem sufocados. Sejamos PARTICIPATIVOS, sejamos CANAIS DE BENÇÃOS!
Num tempo em que a violência assola os nossos
bairros, em que cresce o número de crianças sem o nome do pai na certidão de
nascimento, em que nossos adolescentes, quando não traficam drogas, são
usuários, quando não são participam da indústria da morte, estão envolvidos em
gravidez precoce, desonrando seus corpos e assassinando no ventre fetos
indefesos. Este é o quadro! A SUA
GERAÇÃO PODE CONTAR COM VOCÊ NESTE TEMPO?
Nos dias de Jesus, as pessoas eram muito religiosas! E o que dizer dos líderes religiosos inescrupulosos deste tempo? Alguém precisa se importar com as pessoas aflitas deste tempo. E Deus quer usar você!
O homem pós-moderno é egoísta, isolado e ansioso ou deprimido. É digno de compaixão, precisa de relacionamento, precisa de você!
Ouça o gemido sofrido das almas do
nosso tempo! A igreja deve se importar com gente aflita e desamparada. A SUA GERAÇÃO PODE CONTAR COM VOCÊ NESTE TEMPO?
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