No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. (João 4.23 - NVI).
Como disse Mircea Eliade,
as expressões da vida religiosa da humanidade, realizando-se na história, são
fatalmente condicionadas pelos múltiplos momentos
históricos e estilos culturais. Ou seja, embora tenhamos a sensação de que
estamos adorando verdadeiramente, por fazermos daquele jeito
que nossos pais e nossos avós adoraram [e dizemos que nossos netos terão que
adorar], o contato com o mundo, a interação com o meio ambiente, com várias
culturas, influencia o nosso jeito de adorar. Por isso, devemos recorrer aos
referenciais bíblicos, espirituais, além dos tempos e das
regiões,
no que se refere à adoração.
Infelizmente, talvez por ignorância, enquanto os mais velhos, geralmente, demonstram tratar o culto nos moldes mais antigos, como se fosse o mais alto nível de espiritualidade, algo a ser cristalizado, a ser mantido, os mais novos, geralmente, demonstram pensar que o que é experimentado nos eventos, nas rádios, nos cultos informais é o legítimo “mover de Deus” para este tempo. Algo a ser mantido, a ser cristalizado.
E a cada dia que se passa, as pessoas – dependendo de que lado estão - vivem buscando uma coisa nova ou mantendo uma antiga, enfatizando uma palavra nova ou uma antiga, um nome/um verbo novo ou um nome/um verbo antigo, quando o que realmente deve ser buscado é a essência da adoração, não a conseqüente aparência. O conteúdo, não a conseqüente forma.
Há um tempo atrás, se você se expressasse com um pouco mais de intensidade, era visto como menino, carnal, mundano ou algo semelhante. Não se batia palmas na maioria das igrejas. Nem mesmo nas igrejas mais carismáticas era algo comum. Dançar? Nem coreografia. Músicas ritmadas? Com muita cautela. Nas igrejas tradicionais ou históricas, quem falasse “amém!”, “aleluia!”, “glória a Deus!” em voz alta, era olhado de soslaio. E agora estamos vivendo um tempo de uma outra ditadura. Se você não pula, nem grita, nem bate palma, se não é doido, maluco, insano, desesperado, apaixonado, você não é espiritual. Os tímidos, os fleumáticos, ou aqueles que estão abatidos por algum problema são constrangidos a “adorar com liberdade” [pode?]. Pobre daqueles que têm artrite, artrose, bico-de-papagaio, reumatismo, ou apenas fadiga decorrente da velhice...
Quem é o homem para dizer se você está adorando genuinamente, ou não? Quem deu este poder a ele? Quem deu esta autoridade a ele? As pessoas confundem adoração com expressão de adoração, tradições religiosas, velhos ou novos paradigmas e modismos da música evangélica.
DEUS ainda procura
verdadeiros ADORADORES? Será que ele já encontrou você??? É tempo de refletir se estamos buscando a aparência ou a
essência;
se temos trocado o fundamental pelo
superficial. Que a partir desta leitura não nos deixemos mais levar por aquilo que achamos ser a verdadeira adoração, no entanto, que mergulhemos com toda a nossa
alma, naquilo que a Bíblia diz ser verdadeira adoração.
De um lado temos uma preocupação com as doutrinas, que não se contextualiza com o século XXI. De outro, temos um desejo ardente por uma experiência mais profunda, contextualizada com o século XXI, que demonstra ser carente de solidez bíblica. Que a igreja do século XXI se desdobre para ser contextualizada sem perder sua biblicidade. Que ela seja bíblica e contextualizada em todos os casos, inclusive da adoração.
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