A história da tradução da Bíblia para o inglês é marcada por
figuras notáveis como John Wycliffe e William Tyndale, que dedicaram suas vidas
a tornar as Escrituras acessíveis ao povo inglês. Suas traduções foram
fundamentais para a democratização do acesso à fé cristã e à disseminação do
conhecimento em uma época em que a Igreja Católica Romana detinha o monopólio
da interpretação dos textos sagrados em latim.
Embora tenham enfrentado perseguições e ameaças por suas ideias,
Wycliffe e Tyndale abriram caminho para que a Bíblia fosse traduzida em
linguagem comum e simples, permitindo que todos pudessem ter acesso à Palavra
de Deus. A King James Bible, traduzida anos após a morte de Tyndale, foi uma
continuação desse trabalho – na condição de quinta
revisão da versão de Tyndale – tornando a Bíblia ainda mais acessível ao
povo inglês.
Entre 1100 e 1400 anos d.C., a Bíblia foi traduzida para o
Francês, para o Italiano, para o Espanhol, para o Holandês e para o Inglês.[1] Até o século XIV, não
havia uma Bíblia completa em Inglês. Apenas os padres ou os estudantes de
Teologia tinham acesso à Bíblia, devido ao acesso que tinham ao Latim. O homem
comum, que não conhecia o Latim, não tinha acesso à Bíblia por ignorar a
língua. Surgiu, então, a tradução da Bíblia do Latim para o Inglês, executada
por John Wycliffe[2],
que também incentivou cópias (à mão) dos textos sagrados, em Inglês, para o
povo.[3]
John Wycliffe, conhecido como a "Estrela d'Alva da
Reforma", lutou contra a corrupção moral e espiritual do clero inglês,
afastando o latim escolástico como meio de comunicação e apelando diretamente
ao povo na língua comum. Seu apelo foi transmitido pelos lollardos, pregadores
itinerantes que pregavam, liam e ensinavam a Bíblia em inglês. Para ajudá-los,
Wycliffe liderou a tradução da Bíblia para o inglês, completando o Novo
Testamento em 1380 e o Antigo Testamento em 1388.[4]
Wycliffe liderou a tradução completa da Bíblia para o inglês,
estabelecendo uma nova abordagem que enfatizava o uso da linguagem inglesa mais
comum e simples, que fosse similar ao latim, para tornar as palavras acessíveis
às pessoas que não sabiam latim. Isso foi uma mudança significativa, pois
antes, as traduções para o inglês eram feitas em linguagem mais arcaica e
complexa, destinadas apenas aos mais letrados. A tradução de Wycliffe e sua
equipe permitiu que as palavras da Bíblia fossem compreendidas por um público
mais amplo, contribuindo para a disseminação do conhecimento e a democratização
do acesso à fé cristã.[5]
Por causa de sua dedicação, o povo inglês pode ter acesso à
tradução do Novo Testamento, concluída em 1380. E à tradução do Antigo
Testamento em 1388. É preciso ressaltar que estas traduções foram feitas a
partir de manuscritos da época da Vulgata e que a tradução do Antigo Testamento
foi concluída depois que ele morreu, por Nícolas de Hereford.[6]
William Tyndale, embora seguisse o exemplo de Wycliffe, não
traduziu a Bíblia fazendo uso da Vulgata latina como fonte. As influências de
Wycliffe e de Lutero eram evidentes no trabalho de Tyndale, o que o colocou em
constante perigo de ser censurado e perseguido pelas autoridades religiosas da
época. [7]
Essas influências incluíam a crença de que a Bíblia deve ser
disponibilizada em inglês e que a fé deve ser baseada em uma compreensão direta
dos textos originais, sem a necessidade de uma intermediária como a Igreja
Católica Romana. Essas ideias foram contestadas pelas autoridades religiosas da
época e levaram a muitas ameaças e perseguições contra Tyndale e outros
tradutores da Bíblia.
William Tyndale (1492-1536) decidiu traduzir a Bíblia diretamente
das línguas originais para o Inglês. “A primeira edição impressa do Novo
Testamento em inglês, tradução do grego, com o auxílio da Vulgata e da versão
alemã de Lutero, foi publicada em 1525 por ele”. Devido a perseguições contra a
cópia da Bíblia para o Inglês, Tyndale fugiu para a Alemanha (de Martinho
Lutero), a fim de concluir seu intento. Neste período, Gutenberg inventou a
imprensa, uma máquina que mudou o mundo intelectual. Fazendo uso desta
maravilhosa invenção, Tyndale pode fazer centenas de cópias de Bíblias
inglesas, impressas em dias, em vez de fazer uma cópia à mão em meses. Além de
copiar, Tyndale precisou contrabandear Bíblias para a Inglaterra. Após
conseguir contrabandear milhares de Bíblias para a Inglaterra, Tyndale foi
preso e executado. Cerca de cinquenta anos depois, o rei da Inglaterra
patrocinou a King James, a Bíblia do Rei Tiago. Assim como na Alemanha, a
Bíblia também foi traduzida para o entendimento do povo na Inglaterra. O mesmo
se deu na Espanha e na Itália.[8]
Na jornada de William Tyndale, não se pode omitir o nome de Miles
Coverdale (1488-1569). Coverdale foi assistente e revisor de provas de Tyndale
na Antuérpia, e se tornou a peça-chave na impressão da primeira Bíblia completa
em inglês. Ele introduziu resumos de capítulos e algumas novas expressões no
texto da sua tradução, além de separar o Antigo Testamento dos livros apócrifos
nas Bíblias traduzidas depois que a Vulgata latina atingiu sua posição de
proeminência na igreja ocidental. Embora a tradução de Coverdale tenha sido
reimpressa várias vezes, a verdadeira sucessora da edição de 1535 foi a Grande
Bíblia de 1539.[9]
Sem Coverdale, a jornada de Tyndale poderia ter sido muito mais
difícil. Ele foi responsável por ajudar Tyndale a revisar e corrigir sua
tradução, e também foi fundamental na impressão da primeira Bíblia completa em
inglês.
Embora tenham enfrentado perseguições e ameaças por suas ideias,
Wycliffe e Tyndale e outros tradutores abriram caminho para que a Bíblia fosse
traduzida em linguagem comum e simples, permitindo que todos pudessem ter
acesso às palavras de Deus.
A King James Bible, traduzida décadas após a morte de Tyndale, foi
uma continuação desse trabalho, tornando a Bíblia ainda mais acessível ao povo
inglês. A tradução da Bíblia em outras línguas também foi importante para a
democratização do acesso à fé cristã em outros países.
A tradução da Bíblia para o inglês foi um marco na história da
religião e da literatura, sendo um exemplo da importância do acesso à
informação para o desenvolvimento da sociedade, além da comunicação da Revelação
divina aos corações humanos.
A Bíblia é a Palavra de Deus em LINGUAGEM humana. Mas, como entender textos escritos em épocas e regiões tão distantes?
Copie e cole este link para estudar comigo: https://go.hotmart.com/B73876721S?dp=1
[1] EKDAHL, Elizabeth Muriel. Versões da Bíblia: por que tantas diferenças? São Paulo: Sociedade
Religiosa Vida Nova, 1993. p. 114.
[2] Wycliffe foi considerado o pai da primeira Bíblia
completa em inglês. Para saber mais, cf.: GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução
Bíblica: Como a Bíblia Chegou Até Nós. São Paulo: Vida, 1997. p. 222-223.
[3] LIMPIC, Ted. De
Onde Veio a Bíblia. Série Levando Deus a sério: volume 3. São Paulo:
Editora Sepal, 1995. pp. 16-18.
[4] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia
Chegou Até Nós. São Paulo:
Vida, 1997. pp. 222-223.
[5] Ibid., p. 223.
[6] Ibid., pp. 222-223.
[7] Ibid., p. 224.
[8] LIMPIC, Ted. De Onde Veio a Bíblia. Série Levando Deus a sério: volume 3. São Paulo: Editora Sepal, 1995. pp. 18-26.
[9] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia
Chegou Até Nós. São Paulo:
Vida, 1997. pp. 224-225.
0 Comentários