A Vulgata Latina | #Bibliologia 018

 

Desde o início dos tempos, a linguagem tem sido uma ferramenta fundamental para a comunicação e a disseminação do conhecimento. Inclusive, o conhecimento das Escrituras Sagradas.

E, sem dúvida, um dos melhores exemplos dessa importância é o trabalho realizado por Jerônimo na tradução da Bíblia para o latim, gerando um impacto significativo na história do cristianismo e também duradouro na literatura ocidental como um todo, como um testemunho inspirador da paixão pelo conhecimento e da busca pela compreensão, que continua a ter um impacto profundo e duradouro no mundo até hoje.

Por volta de 400 anos d.C., a língua dominante era o Latim. A Bíblia foi, então, traduzida para esta língua. E esta tradução é conhecida como Vulgata, a língua do povo. A qual passou a ser usada pela igreja católica como tradução oficial das Escrituras Sagradas.[1]

E assim, durante a Idade Média, o cristianismo ocidental produziu esta tradução, que se tornou dominante e foi transmitida de forma contínua, permanecendo incontestada por mil anos, nunca desafiada por outras traduções.[2]

Jerônimo é o responsável por esta Bíblia em latim, no ano 400 d.C., a qual veio a substituir todas as outras antigas versões latinas,[3] sendo oficializada, durante o Concílio de Trento (1546-1563), pelo Magistério da Igreja Católica, após mais algumas revisões. É importante destacar que o texto padrão, estampado na Bíblia de Gutemberg, entre 1452 e 1455, foi esta versão oficial. A qual serviu de base para as seguintes traduções feitas em diferentes línguas.[4]

Portanto, é indiscutível o papel fundamental de Jerônimo na popularização e difusão das Escrituras Sagradas entre os cristãos ocidentais. A Vulgata latina, por sua vez, tornou-se uma parte essencial do patrimônio cristão ocidental, sendo utilizada por séculos como a versão oficial da Bíblia pela Igreja Católica e servindo de base para várias outras traduções. Jerônimo deixou um legado que ainda é relevante e importante até os dias de hoje.

A Bíblia – como um livro sagrado – precisava ser acessível e compreensível para o povo, assim como o leite materno é fundamental para o crescimento e a saúde de um bebê. A Vulgata serviu de base para diversas traduções em diferentes línguas, e Jerônimo, como uma parteira do conhecimento, deixou um legado que inspira até os dias de hoje.



[1] LIMPIC, Ted. De Onde Veio a Bíblia. Série Levando Deus a sério: volume 3. São Paulo: Editora Sepal, 1995. p. 15.

[2] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou Até Nós. São Paulo: Vida, 1997. p. 207.

[3] AKIL, Teresa. O que é Bíblia? Rio de Janeiro: MK Editora, 2005, p. 54.

[4] FERNANDES, Leonardo Agostini. A Bíblia e a sua Mensagem: introdução à leitura e ao estudo da Bíblia. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Reflexão, 2010. p. 28.

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