A história da
teoria sobre a inspiração da Bíblia pode ser dividida em três movimentos
teológicos: ortodoxia, liberalismo teológico e neo-ortodoxia. A visão cristã ortodoxa, que
prevaleceu por muito tempo, defende
que a Bíblia, com todos os seus 66 livros, é a Palavra de Deus. Mas, modernismo
surgiu, e com ele a compreensão
liberal, de que a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus. Já os
neo-ortodoxos acreditam que a Bíblia se torna a Palavra de Deus somente quando
a pessoa tem um encontro pessoal com Deus ao lê-la.
É comum,
nos ambientes cristãos, de recorte protestante, ouvir a seguinte afirmação:
"A Bíblia é a Palavra de Deus!" Entretanto, a Bíblia é a Palavra de
Deus em linguagem humana. Isto sugere que as palavras utilizadas foram
escolhidas e organizadas pelos autores humanos, embora o conteúdo tenha sido
inspirado por Deus. Portanto, é crucial compreender que, embora as Escrituras
Sagradas revelem a vontade de Deus, a sua compreensão está sujeita às
limitações da linguagem humana. Nesse sentido, a interpretação bíblica deve
levar em conta a natureza linguística e histórica do texto, bem como as
condições e perspectivas dos autores humanos, a fim de evitar conclusões
distorcidas ou tendenciosas.
Deus inspirou os conceitos e ideias
que deveriam ser registrados nas Escrituras, mas permitiu que os autores
usassem sua própria linguagem e estilo ao expressar essas ideias. Assim, embora
a inspiração tenha sido divina, a forma final em que as ideias foram expressas
dependeu da personalidade, habilidades e conhecimentos dos autores humanos.
Essa visão equilibra a participação divina e humana na composição da Bíblia,
reconhecendo que Deus atuou por meio dos seres humanos para transmitir sua
mensagem ao mundo.
O produto final da autoridade
divina em operação por meio dos profetas, como intermediários de Deus, é a
autoridade escrita de que se reveste a Bíblia. A Escritura "é divinamente
inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para
instruir em justiça". A Bíblia é a última palavra no que concerne a
assuntos doutrinários e éticos. Todas as controvérsias teológicas e morais
devem ser trazidas ao tribunal da Palavra escrita de Deus.
As Escrituras receberam sua
autoridade do próprio Deus, que falou mediante os profetas. No entanto, são os
escritos proféticos e não os escritores desses textos sagrados que possuem e
retêm a resultante autoridade divina. Todos os profetas morreram; os escritos
proféticos prosseguem.
A inspiração divina concede autoridade ao texto escrito, como afirmou
Jesus ao dizer que "a Escritura não pode ser anulada". Ele recorreu à
Palavra escrita em diversas ocasiões como árbitro definitivo em questões de fé
e prática, incluindo para purificar o templo, desafiar tradições e resolver
divergências doutrinárias. Mesmo Satanás foi repreendido por Cristo com base na
autoridade da Palavra escrita de Deus, e Jesus usou a Escritura para
contra-atacar as tentações de Satanás.
Deus
comunicou a algumas pessoas, algo que elas não poderiam apreender mediante a
razão. Por isso ele as dirigiu, para que recebessem e transcrevessem a
mensagem. Isto se deu sem desconsiderar a necessidade de traduzir o mistério
através da representação e da linguagem humana, dos pensamentos e das palavras,
da cultura e da teologia de então, considerando, também as ferramentas de
comunicação disponíveis.
Os
cristãos protestantes creem que a Bíblia é a Palavra de Deus e que, por ser
inspirada, ela é autoridade em matéria de fé e de conduta cristã. Assim,
a Bíblia é vista como uma obra divina que contém a mensagem de Deus para a
humanidade. Essa crença é fundamental e tem sido defendida ao longo da história
da Igreja. No entanto, como esta inspiração divina se
deu?
Deus
falou audivelmente com quem escreveu o texto sagrado? Ou quem escreveu, recebeu
uma visão espiritual e a descreveu através das letras? Ou o que temos é uma
coleção de textos e de oralidades, que alguém, dirigido por Deus, juntou e
redigiu? São questões que tem sido objeto de debate e reflexão entre
estudiosos da Bíblia e teólogos ao longo dos anos. Independentemente da
polêmica, é importante lembrar que a Bíblia é considerada pelos cristãos como a
Palavra de Deus e a principal fonte de orientação para a vida e a fé.
Os
autores escreveram, envolvidos pela história, como gente do seu tempo, imersos
na cultura, com a cosmovisão possível para a sua época, dotados de um arcabouço
teológico possível para o conhecimento de então. Entretanto, Deus os dirigiu em
suas crises, inquietações, em seus êxtases, em suas visões, coleções de textos
e oralidades, de modo que a mensagem divina coubesse na mente humana, para ser
transmitida para outras mentes e preservada até o nosso tempo, transformando a
vida dos que creem.
A Bíblia é a Palavra de Deus em LINGUAGEM humana. Mas, como entender textos escritos em épocas e regiões tão distantes?
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