Antes dos textos neotestamentários serem escritos, os textos
sagrados do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, antes do Cativeiro na
Babilônia, e alguns trechos foram escritos em Aramaico depois que o povo de
Israel conheceu o Cativeiro na Babilônia.
Durante este período, denominado Cativeiro ou Exílio Babilônico, o
povo de Israel foi deportado para a Babilônia como cativos pelo rei babilônico
Nabucodonosor. Durante sua subjugação, os judeus adotaram parte da língua e da
cultura babilônicas, e, por isso, alguns dos textos sagrados foram escritos em
aramaico, que era a língua comum da Babilônia na época.
O texto hebraico, diferentemente da nossa escrita, não possuía
letras maiúsculas seguidas de minúsculas. Não possuíam nenhum tipo de pontuação
e nem espaços entre as palavras, como temos em nossa língua. Posteriormente,
foram inseridos sinais vocálicos e de pontuação,[1] chamados de sinais
massoréticos. “Os massoretas foram sábios judeus que trabalharam para fixar o
texto consonantal e muniram este texto de sinais para fixar, também, a leitura
correta das palavras”. [2] Em resumo, os massoretas
foram responsáveis por adicionar sinais vocálicos às palavras hebraicas e esses
sinais foram chamados de sinais massoréticos em uma data posterior.[3]
O Aramaico é também uma língua semítica antiga, que foi usada tanto
em textos profanos quanto em textos sagrados pelos sírios no período do Antigo
Testamento. Tornou-se a língua geral do Oriente Próximo no século VI a.C.,
devido à sua ampla utilização na comunicação diária, nos negócios e nas
relações comerciais, além de ter uma escrita precisa e fácil de usar.[4]
Nos dias de Jesus, a língua dominante era o Grego Comum (coiné) –
coloquial, do século I – “comercial, do mundo
romano, a língua do povo e dos mercados mundiais” [5].
Foi nesta língua que os escritores do Novo Testamento registraram os textos
sagrados. Neste período, entretanto, a língua litúrgica oficial, nas sinagogas
espalhadas pela Palestina, ainda era o hebraico.
Por isso, o texto sagrado era lido liturgicamente e, após tal
leitura, era traduzido e interpretado em aramaico, com o uso frequente de
paráfrases. Targum era o nome deste material, cuja
finalidade era interpretar e
explicar, comentando e parafraseando, além de traduzir o texto sagrado para o
aramaico.[6]
A língua aramaica se disseminou pelo mundo em proporção ao avanço
do Império Babilônico e chegou a se tornar a língua oficial do Império Persa.
Neste contexto, o hebraico foi sendo superado na forma falada, enquanto
continuou estabelecido em sua forma escrita.[7] No entanto, alguns textos
do Antigo Testamento foram escritos em aramaico: Esdras 4.8— 6.18; 7.12-26, Daniel 2.4b— 7.28 e Jeremias 10.11.[8]
Além das línguas semíticas – o hebraico e o aramaico – que
influenciaram o Novo Testamento, nós temos as indo-europeias, como o latim e o
grego. O latim influenciou ao emprestar muitas palavras, como
"centurião", "tributo" e "legião", e pela
inscrição trilíngue na cruz (em latim, em hebraico e em grego).
Entretanto, o Novo Testamento foi escrito somente em grego, ainda
que tenha sido influenciado pelas línguas semíticas e pelo latim, o qual gozava
de muita importância, enquanto língua de comunicação no período
neotestamentário. [9]
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[1] AKIL, Teresa. O que é Bíblia? Rio de Janeiro: MK Editora, 2005, pp. 51-52.
[2] FERNANDES, Leonardo Agostini. A Bíblia e a sua Mensagem: introdução à leitura e ao estudo da Bíblia. Rio
de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Reflexão, 2010. pp. 34,35.
[3] Imagine que você está lendo um texto sem pontuação e
sem espaços entre as palavras. Seria muito difícil entender e interpretar
corretamente o que está escrito, certo? Da mesma forma, na língua hebraica
antiga, havia apenas as consoantes, sem sinais vocálicos, o que dificultava a
leitura e a compreensão do texto. Os massoretas, então, adicionaram sinais
vocálicos, como se fossem pontuações e espaços entre as palavras, para tornar a
leitura mais clara e compreensível.
[4] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia
Chegou Até Nós. São Paulo:
Vida, 1997. p. 125.
[5] Ibid., p. 148.
[6] MANNUCCI, Valério. Bíblia, palavra de Deus: curso de introdução à Sagrada Escritura. São
Paulo: Ed. Paulinas, 1985. pp. 113,114.
[7] FERNANDES, Leonardo Agostini. A Bíblia e a sua Mensagem: introdução à leitura e ao estudo da Bíblia. Rio
de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Reflexão, 2010. p. 38.
[8] EKDAHL, Elizabeth Muriel. Versões da Bíblia: por que tantas diferenças? São Paulo: Sociedade
Religiosa Vida Nova, 1993. p. 109.
[9] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia
Chegou Até Nós. São Paulo:
Vida, 1997. p. 126.
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