No século XVII, um português chamado João Ferreira de Almeida abraçou a tarefa de traduzir pela primeira vez para o
português o Antigo e o Novo Testamento. Publicou o primeiro Novo
Testamento para o Português, impresso na Holanda. Em 1691, ele tinha traduzido
a Bíblia até Ezequiel 48.21, ano em que faleceu.
Esta tarefa foi considerada grandiosa e difícil, e foi uma
responsabilidade importante para o desenvolvimento da cultura cristã em países
de língua portuguesa. A sua tradução tornou a Bíblia acessível a todos de fala
portuguesa, independentemente do nível de leitura e escrita, o que contribuiu
para aumentar a clareza e a precisão na comunicação da Palavra.
Almeida nasceu 1628, em Portugal. Aos doze anos,
foi para o sudeste da Ásia. Depois de morar dois anos na Batávia (atual
Jacarta), na ilha de Java, Indonésia, partiu [com 14 anos] para Málaca, na
Malásia. E lá, influenciado pela leitura de um folheto em espanhol, que
explicava as diferenças da cristandade, ele se converteu do catolicismo à fé
evangélica. Um ano depois [com 15 anos], começou a pregar no Ceilão (hoje Sri
Lanka) e em outros lugares da costa de Malabar.[1]
Com apenas 16 anos de idade, vivendo na
Indonésia, este moço português, com apenas dois anos de convertido, sentiu o
desejo de traduzir a Bíblia para a Língua Portuguesa. Por conhecer latim,
espanhol e italiano, conseguiu este intento em apenas um ano![2] Infelizmente, seu manuscrito enviado à Holanda
para ser impresso foi extraviado.[3]
Esta situação desfortunada que ocorreu com o jovem
português e sua tradução da Bíblia para a língua portuguesa significa que sua
tradução não foi publicada e não foi disponibilizada para outras pessoas que
desejavam ler a Bíblia em português. Isso deve ter sido uma grande decepção
para o jovem tradutor e sua dedicação à fé cristã e à Bíblia. Além disso, pode
ter sido um grande obstáculo para a disseminação da Palavra de Deus em língua
portuguesa.
No entanto, independentemente do revés sofrido, a
tradução feita pelo jovem português – em apenas um ano (e extraviada) –
demonstra uma grande paixão e uma enorme dedicação à fé e à conduta cristã, bem
como um grande interesse em compartilhar a Bíblia com outras pessoas que falam
a mesma língua. Demonstra, também, uma grande capacidade de aprendizado e de
adaptação cultural, além de uma grande paixão e dedicação em compartilhar a fé
e a mensagem com outras pessoas.
Por causa disso, teve de reiniciar a tradução em
1648 [com 20 anos]. Neste período, o seu conhecimento de grego e hebraico
contribuiu para que ele fizesse uso dos textos sagrados nestas línguas,
baseando sua tradução no Textus receptus[4], de
origem bizantina. Ele também fez uso de traduções latina, espanhola, italiana,
francesa e holandesa.[5]
A Bíblia é a Palavra de Deus em LINGUAGEM humana. Mas, como entender textos escritos em épocas e regiões tão distantes?
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[1] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia
Chegou Até Nós. São Paulo:
Vida, 1997. p. 249.
[2]
Segundo o site da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), “Almeida começou a traduzir para o português uma parte dos
Evangelhos e das Cartas do Novo Testamento. A tradução, feita do espanhol, foi
terminada em 1645, mas nunca foi publicada”. cf.: https://biblia.sbb.org.br/a-biblia-em-portugues/joao-ferreira-de-almeida (acesso dia 13/08/2022 às 16:20h).
[3] LIMPIC, Ted. De
Onde Veio a Bíblia. Série Levando Deus a sério: volume 3. São Paulo:
Editora Sepal, 1995. p. 26.
[4] O Textus
receptus foi o nome dado ao texto do Novo Testamento Grego elaborado por
Desidério Erasmo de Roterdã, cuja segunda edição serviu de base para a tradução que Lutero fez da Bíblia para o
alemão, ainda que ele usasse apenas mais um manuscrito em seu trabalho. (cf.: GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou
Até Nós. São Paulo: Vida, 1997. pp. 161,162).
[5] GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou
Até Nós. São Paulo: Vida, 1997. p. 249.
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