O Que São os APÓCRIFOS? - Níveis de aceitação PARTE 4 | #Bibliologia 012

 

Outros foram aceitos por alguns,[1] no entanto, foram rejeitados por muitos.[2] Os quais eram considerados apócrifos. Seja por autoria incerta, seja por validade canônica dúbia, seja por não terem sido aceitos pelos judeus, nem por Jesus ou pelos autores do Novo Testamento. Entretanto, recorrendo ao Antigo Testamento grego, a Septuaginta, os católicos tratam os apócrifos protestantes como deuterocanônicos.[3] Se compararmos a LXX com o Antigo Testamento hebraico, nós perceberemos que 15 obras foram adicionadas ao cânon judaico, sendo que 10 permaneceram no cânon da Igreja Católica.[4]

Os católicos romanos citaram 2 Macabeus 12.45,46 em apoio à oração pelos mortos em debates com Lutero, que desafiou a canonicidade do livro com citações do Novo Testamento, dos primeiros pais da igreja e dos mestres judeus. Em resposta, o concílio católico romano em Trento reconheceu os livros apócrifos como canônicos, exceto por 1 e 2 Esdras e a Oração de Manassés, que foram rejeitados. Os protestantes, independentemente da aceitação ou rejeição desses livros, rejeitaram a decisão do Concílio de Trento, considerando que não teve uma base sólida.

O cânon do Antigo Testamento estava estabelecido por volta do século IV a.C. A canonização dos livros apócrifos no Concílio de Trento não foi aceita por todos e a comunidade judaica nunca os aceitou como canônicos, além de eles não terem sido aceitos por Jesus e nem pelos autores do Novo Testamento. Muitos pais da Igreja, como Jerônimo, rejeitaram fortemente os livros apócrifos. Quando analisados com critérios de canonicidade, os livros apócrifos falham em vários aspectos. Portanto, é importante que os cristãos não os usem como se fossem a Palavra de Deus e não citem em apoio a doutrinas cristãs.

Os principais argumentos contra a validação dos livros apócrifos do contexto veterotestamentário incluem a falta de profecia, a ausência de autoridade divina, erros e heresias, além da rejeição do povo de Deus. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante reconhece os apócrifos como inspirados e canônicos. A comunidade judaica nunca mudou de opinião sobre esses livros e muitos cristãos também rejeitaram sua adesão ao cânon bíblico. É importante que os cristãos entendam que esses livros não são parte do cânon bíblico e não são considerados sagrados. Portanto, devem ser usados com cautela, considerando os critérios de canonicidade. Embora os livros apócrifos possam ter algum valor devocional, eles não são considerados sagrados e não devem ser usados como tais.

Os livros apócrifos do Novo Testamento[5] nunca foram amplamente reconhecidos ou aceitos como parte do cânon bíblico. No entanto, esses livros têm mais valor do que os "pseudepígrafos" porque oferecem informações valiosas sobre os ensinos da igreja do século II, a aceitação dos 27 livros canônicos do Novo Testamento e informações históricas sobre a igreja primitiva. O número de livros apócrifos do Novo Testamento pode variar dependendo da distinção feita entre apócrifos e pseudepígrafos. É difícil enumerar esses livros, uma vez que o debate sobre quais são considerados apócrifos e quais não são, é complexo e pode envolver a aceitação por pelo menos um dos pais ortodoxos ou listas dos primeiros cinco séculos.

Ainda assim, Epístola do Pseudo-Barnabé, Epístola aos Coríntios, Homilia Antiga, O Pastor de Hermas, O Didaquê, Apocalipse de Pedro, Atos de Paulo e de Tecla, Carta aos Laodicenses, O Fragmento Muratório, Evangelho Segundo Hebreus, Epístola de Policarpo aos Filipenses e Sete Epístolas de Inácio são considerados apócrifos do Novo Testamento.

Embora tenham tido um breve período de aceitação limitada por alguns cristãos, eles nunca receberam um reconhecimento permanente e amplo. O debate sobre quais livros são considerados apócrifos é complexo e pode envolver a aceitação por pelo menos um dos pais ortodoxos ou listas dos primeiros cinco séculos. No entanto, esses livros ainda são valorizados por suas informações históricas e sua contribuição para a compreensão da igreja primitiva.


A Bíblia é a Palavra de Deus em LINGUAGEM humana. Mas, como entender textos escritos em épocas e regiões tão distantes?

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[1] Ibid., pp. 90-97.

[2] CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Candeia, 1995, V. 3, p. 872.

[4] AKIL, Teresa. O que é Bíblia? Rio de Janeiro: MK, p. 64-68. No capítulo quatro (Os Livros Não-Canônicos), a autora informa que permaneceram no cânon católico as seguintes obras: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico de Sirac, Baruc, Carta de Jeremias (como Baruc 6), Susana (como Daniel 13), Bel e o Dragão (como Daniel 14). Onde se lê obras, não confundir com livros.

[5] Para saber mais a respeito do assunto, cf.: GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou Até Nós. São Paulo: Vida, 1997. pp. 118-122.

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