Outros foram aceitos por alguns,[1] no entanto, foram
rejeitados por muitos.[2] Os quais eram considerados
apócrifos. Seja por autoria incerta,
seja por validade canônica dúbia, seja por não terem sido aceitos pelos judeus,
nem por Jesus ou pelos autores do Novo Testamento. Entretanto, recorrendo ao
Antigo Testamento grego, a Septuaginta, os católicos tratam os apócrifos
protestantes como deuterocanônicos.[3] Se compararmos a LXX com o
Antigo Testamento hebraico, nós perceberemos que 15 obras foram adicionadas ao cânon
judaico, sendo que 10 permaneceram no cânon da Igreja Católica.[4]
Os
católicos romanos citaram 2 Macabeus 12.45,46 em apoio à oração pelos mortos em
debates com Lutero, que desafiou a canonicidade do livro com citações do Novo
Testamento, dos primeiros pais da igreja e dos mestres judeus. Em resposta, o
concílio católico romano em Trento reconheceu os livros apócrifos como
canônicos, exceto por 1 e 2 Esdras e a Oração de Manassés, que foram rejeitados.
Os protestantes, independentemente da aceitação ou rejeição desses livros,
rejeitaram a decisão do Concílio de Trento, considerando que não teve uma base sólida.
O
cânon do Antigo Testamento estava estabelecido por volta do século IV a.C. A
canonização dos livros apócrifos no Concílio de Trento não foi aceita por todos
e a comunidade judaica nunca os aceitou como canônicos, além de eles não terem
sido aceitos por Jesus e nem pelos autores do Novo Testamento. Muitos pais da
Igreja, como Jerônimo, rejeitaram fortemente os livros apócrifos. Quando
analisados com critérios de canonicidade, os livros apócrifos falham em vários
aspectos. Portanto, é importante que os cristãos não os usem como se fossem a Palavra
de Deus e não citem em apoio a doutrinas cristãs.
Os
principais argumentos contra a validação dos livros apócrifos do contexto
veterotestamentário incluem a falta de profecia, a ausência de autoridade
divina, erros e heresias, além da rejeição do povo de Deus. Nenhuma igreja
ortodoxa grega, anglicana ou protestante reconhece os apócrifos como inspirados
e canônicos. A comunidade judaica nunca mudou de opinião sobre esses livros e
muitos cristãos também rejeitaram sua adesão ao cânon bíblico. É importante que
os cristãos entendam que esses livros não são parte do cânon bíblico e não são
considerados sagrados. Portanto, devem ser usados com cautela, considerando os
critérios de canonicidade. Embora os livros apócrifos possam ter algum valor
devocional, eles não são considerados sagrados e não devem ser usados como
tais.
Os livros apócrifos do Novo Testamento[5] nunca foram amplamente
reconhecidos ou aceitos como parte do cânon bíblico. No entanto, esses livros
têm mais valor do que os "pseudepígrafos" porque oferecem informações
valiosas sobre os ensinos da igreja do século II, a aceitação dos 27 livros
canônicos do Novo Testamento e informações históricas sobre a igreja primitiva.
O número de livros apócrifos do Novo Testamento pode variar dependendo da
distinção feita entre apócrifos e pseudepígrafos. É difícil enumerar esses
livros, uma vez que o debate sobre quais são considerados apócrifos e quais não
são, é complexo e pode envolver a aceitação por pelo menos um dos pais
ortodoxos ou listas dos primeiros cinco séculos.
Ainda assim, Epístola do Pseudo-Barnabé, Epístola aos Coríntios,
Homilia Antiga, O Pastor de Hermas, O Didaquê, Apocalipse de Pedro, Atos de
Paulo e de Tecla, Carta aos Laodicenses, O Fragmento Muratório, Evangelho
Segundo Hebreus, Epístola de Policarpo aos Filipenses e Sete Epístolas de
Inácio são considerados apócrifos do Novo Testamento.
Embora tenham tido um breve período de aceitação limitada por
alguns cristãos, eles nunca receberam um reconhecimento permanente e amplo. O
debate sobre quais livros são considerados apócrifos é complexo e pode envolver
a aceitação por pelo menos um dos pais ortodoxos ou listas dos primeiros cinco
séculos. No entanto, esses livros ainda são valorizados por suas informações
históricas e sua contribuição para a compreensão da igreja primitiva.
A Bíblia é a Palavra de Deus em LINGUAGEM humana. Mas, como entender textos escritos em épocas e regiões tão distantes?
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[1] Ibid., pp. 90-97.
[2] CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Candeia, 1995, V. 3, p. 872.
[3] https://www.bibliacatolica.com.br/conhecendo-a-biblia-sagrada/56/ (acesso dia 08/02/2022 às 17:52h).
[4] AKIL, Teresa. O que é Bíblia? Rio de Janeiro: MK, p. 64-68. No capítulo quatro
(Os Livros Não-Canônicos), a autora informa que permaneceram no cânon católico
as seguintes obras: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria de Salomão,
Eclesiástico de Sirac, Baruc, Carta de Jeremias (como Baruc 6), Susana (como
Daniel 13), Bel e o Dragão (como Daniel 14). Onde se lê
obras, não confundir com livros.
[5] Para saber mais a respeito do assunto, cf.: GEISLER, Norman e NIX,
William. Introdução Bíblica: Como a
Bíblia Chegou Até Nós. São Paulo: Vida, 1997. pp. 118-122.
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